sexta-feira, setembro 09, 2016

O Reino dos Coitadinhos #1

"A justiça social e paz democrática reinam nessa Pátria Livre. A praça central da Cidade exibe orgulhosa os monumentos aos pais e avós desse Reino, os que combateram o derradeiro Golpe na Democracia, o qual tinha sido uma ousadia de um nefasto e profano membro da elite política podre que relegava os oprimidos da Nação à miséria absoluta...
Os conselhos populares decidem o bem comum da sociedade. A representação é igualitária e as oportunidades são plenas. Ah, não fosse o Imperialismo das nações estrangeiras, esses dominadores. Não fossem eles, o Brasil seria uma grande potência!
Poucos anos depois do Golpe Legislativo de 16, nossos irmãos do norte, os venezuelanos estavam em petição de miséria devido ao ataque dos Imperialistas Capitalistas. Nosso grande Estadista, Lula, que estava novamente no Poder, determinou que seria bom e justo que nós ajudássemos nossos irmãos. E havia esse desejo do lado de lá, também. Havendo concordância mútua e anuência de grandes democracias como Cuba, Coréia do Norte, China e Irã, trouxemos nossos irmãos para nossa Democracia e a Venezuela passou a ser oficialmente a 28ª Unidade Federativa da Nação."

Sim, isso pode ser um trecho de uma narrativa da História do Brasil no Século XXI, se as esquerdas brasileiras tomarem o poder nesse momento; onde tudo é golpe, e o pensamento coletivo parece ter sido dominado por uma maré de ideologia única, uma onda socialista. Um avivamento! Oh, glórias ao Socialismo, pai desta nova Nação, a Nova República Brasileira.
A Constituição de 1988 dá brechas para muitas manobras como a que fez Lewandowski durante o julgamento do processo de impeachment de Dilma. Com um pouco de criatividade não é difícil elaborar um cenário como esse e coisas ainda mais estranhas que podem estar dentro do ideário dessa nova Esquerda, que parece ter sonhos grandiosos, que jamais qualquer socialista ousou ter. Basta ler o texto constitucional para ver que algumas leis, se isoladas, podem 'legalizar' qualquer manobra que seja do interesse do Estado, inclusive coisas que violem o direito à propriedade individual. O caminho parece ter sido aberto para que seja aceita qualquer manobra, de qualquer tipo, desde que travestida de Direito Jurídico se emitida por um Ministro da Corte Superior.
Leis são burras. Há muitos exemplos disso. Proibições tem uma fragilidade intrínseca: o proibido desperta interesse imediato e cria a demanda, criando a oferta e, consequentemente, o público.
Estranho pensar assim, não? Mas quem é o Brasil? Para você? Qual é a sua história com o Brasil, desde quando você o conhece? Parecem perguntas tolas e infantis, mas se forem, para elas deve existir uma resposta padrão digna. Por qual motivo então ninguém parece saber responder a isso, de bate-pronto?